domingo, 1 de agosto de 2010

Uma treta, esta cena da morte!


Desde sempre me habituei a vê-lo. Muito alto, muito magro. Muito discreto. Os bons actores são assim, não precisam de milhares de páginas nas revistas cor-de-rosa, de escândalos, de andar de festa em festa para verem o seu trabalho e o seu talento reconhecidos.

A ele estava-lhe no sangue o talento, o trabalho, o humor, o drama, o profissionalismo e a força. Até para enfrentar a doença é necessário ter talento e teve-o até ao fim. O fim... que pode ser apenas o começo de uma outra coisa mais agradável. Os amigos e admiradores farão com que permaneça bem vivo!

Entretanto, fica um vazio, uma sensação de pancada seca no estômago que vai doer ainda por muito tempo. O tempo não cura tudo... a dor vai, aos poucos, diminuindo, mas a saudade, essa, só vai aumentando. A angústia de não lhe ouvirmos mais a voz, quando parece que ainda está nos nossos ouvidos, a sensação de que o vamos encontrar ao virar da esquina ou ao premir o botão da televisão... enfim.

O que importa é pensar nele como o António Feio, grande homem e grande actor que é, porque só porque morreu não deixa de o ser. E não como o António Feio que morreu de cancro no pâncreas. Não, penso que ele não gostaria disto!

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